domingo, 22 de setembro de 2013

A Penitência e o Orgulho

Os Ensinamentos dos Padres do Deserto



Pai Elias, o ministro, disse, "O que pode o pecado onde há penitência? E de que adianta o amor onde há orgulho?"
Uma série de ditos dos Padres do Deserto é a mensagem salutar para o monge viver bem a sua vida dentro do Mosteiro. Esses ditos ou escritos são mencionados em um pequeno livro de bolso chamado FILOKALIA. As filokalias tem como objetivo instruir o monge em diversos aspecto da vida. No dito acima do Pai Elias, ou Abade Elias, nos lembra a importância que tem o sacramento da Penitência, mas também traz a mensagem de exortação, própria dos antigos abades do oriente em fazer seus monges lembrarem que o orgulho a raiz de todos os males. O Papa Francisco, no início de seu pontificado fez questão mencionar que seu governo papal se resumiria em: CAMINHAR, CONSTRUIR E CONFESSAR. Três palavras de extrema importância para o futuro da nossa cristandade. O Cristo precisa caminhar, ele não pode ser estático ou parado, sua visão é esperançosa e firme nos propósitos divinos. O Cristão precisa construir, se caminha, mas se não constrói esta caminhada pode parar no meio do caminho, porque muitas são as seduções do mundo e nos cega diante daquilo que Deus quer para nós. No entanto, o cristão que constrói, não constrói para si, mas para a maior Glória de Deus. Construir significa nesse sentido, ajudar edificar o reino de Deus entre os homens. Agora, se caminha e constrói, mas se não confessar esta caminhada não está sendo para glória de Deus, mas para seu próprio ego, para sua própria glória que se deixa levar pela força do orgulho que vence seu amor. Deus nos chama, neste sentido, para celebrar seu amor, ele só quer de nós, temor e fidelidade. Será que somos? Em meio um mundo com tantos convites sedutores, será que somos tementes e fieis ao nosso Deus? Não é fácil, isso sabemos, mas Deus em nossas orações nos chama a ser dele, quer que sejamos seu povo e Ele o nosso Deus. Nisso, temos através do Sacramento da Penitência, a graça de se reconciliar com Ele e com a Igreja. O Cristão que não é se confessa é porque não é temente a Deus, não porque ele não tenha medo de Deus, não, ele não é temente porque não O ama. Deus não quer que tenhamos medo Dele, o temor é Amor, e esse Amor é o princípio da Sabedoria.

Nosso Pai São Bento, bebeu da fonte da sabedoria dos Padres do Deserto, por isso em sua regra, exorta os monges a serem tementes a Deus, a Amar esse Deus que tanto nos Ama, é misericordioso e compassivo. Deus não cansa de nos perdoar. Os Pais do Deserto assim como São Bento souberam que esse Perdão é infinito, e o seu Amor é transbordante sem mesmo que esse venha a se esvaziar. Portanto, não deixemos o orgulho dominar a nossa alma e não permita que ele bata a porta do seu coração pois os frutos do orgulho é desagradável e maléfico. Se deixe cumular pela Graça Divina perdoando e confessando os nossos pecados. 

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